segunda-feira, 23 de abril de 2007

Cangaceiros



Bem, resolvi começar o blog falando de uma das minhas grandes paixões: o cangaço. Na verdade vou falar é de Lampião, mas só um pouquinho, porque esse assunto dá muito que falar...

Não que eu seja a favor de tudo o que se cometeu em nome deste fenômeno, mas o cangaço é algo que traz muitas histórias interessantes e mágicas que vale muito a pena um aprofundamento.

E falar em cangaço tem que falar em Lampião, da mesma forma que falamos de Bob Marley quando nos referimos ao reggae :)

Lampião era o cara, porque além de ser um excelente estrategista, ele era um verdadeiro poeta (quem nunca escutou o "olê mulé rendeira, olê mulé rendá, tu me ensina a fazer renda que eu te ensino a namorar), médico (ele tinha várias receitas para várias doenças, espinhas, cólicas etc). Era um homem refinado, que adorava se perfumar, se adornar e se pentear.

Segundo a própria neta do cangaceiro, Vera Ferreira, "Virgolino Ferreira era um trabalhador. Do tratamento duro e injusto que o trabalhador Virgolino Ferreira e sua família receberam surgiu Lampião, o "Rei do Cangaço"". Pois com Lampião o cangaço cresceu por todo o sertão nordestino, sendo Mossoró - RN a cidade mais próxima ao litoral atacada pelo bando de Lampião, que até hoje se vangloria de ter "derrotado" o bando.

E todos temiam ou respeitavam o seu bando, tanto que ele virou um mito, mesmo ainda em vida, e até hoje muitas estórias sobre o Rei do Cangaço são contadas pelo Brasil e pelo mundo (sejam as estórias verdadeiras ou não).

Mas a história do Cangaço acabou de forma trágica: o bando foi emboscado em um dos seus refúgios, no município de Poço Redondo, Sergipe, e suas cabeças expostas na escadaria da Prefeitura de Piranhas, em Alagoas, pra servir de exemplo.

E segue a polêmica: seria Lampião um herói ou um bandido???

Um comentário:

Anônimo disse...

Herói... Vilão... quem sabe? É difícil dizer.
Controverso, sem dúvida, e bandido, com certeza. Afinal, roubo e pilhagem são crimes, independente da intenção!
Mas teve seu valor, principalmente pelo que ele "conquistou" para o sertanejo - da auto-estima à discussão pública dos seus direitos.